sexta-feira, 20 de março de 2009

Samba Carnaval 2009

ENREDO: DA ASCENSÃO DE PALMARES A QUEDA DE ZUMBI, A ESTÓRIA CONTA A HISTÓRIA
Compositor: Paulo Perfil

(Ô, oõ, oõ)...
Sou quilombola, caprichoso, sou verdade!
(Ô, o, oõ)... (BIS)
È minha escola encantando esta cidade

Com ajeum
Canção e sangue de batalha
Subiu, então a Barrigada
A cultura de um povo
A liberdade conquistada
Nasceu Palmares
Que Ganga Zumba liderou
A luta que Zumbi herdou
A resistência consagrada

Daí liberdade aos filhos meus
Eu rogo a Deus, pelo meu povo
Sou quilombola, “nego fujão” (BIS)
Reconheço nesse chão, um mundo novo.

E assim...
A corte lança mão da guerra
O bandeirante sobe a serra
O grande rei tem a cabeça alijada
Zumbi caiu...
A valentia negra sucumbiu
A liberdade é cerceada
O grande líder vira lenda encantada
Hoje meu Pavão se agiganta
Meu Retiro todo canta
A saga de um povo resistente
Hoje sou artista da história
Caprichosos canta a glória
E a cor da minha gente

Sinopse - Carnaval 2009

G.R.C.E.S. Caprichosos de Jundiaí

Presidente, Paulo Roberto.
Carnavalesco, Fernando Ribeiro.

Carnaval 2009

Enredo
Quilombo dos Palmares.

O Quilombo dos Palmares localizava-se na serra da Barrigada, região hoje pertencente ao estado de Alagoas, na região nordeste do país. Foi o mais emblemático dos Quilombos formado no inicio do período colonial, tendo resistido por mais de um século, foi um mito transformando-se em símbolo brasileiro da resistência negra à escravatura.
A primeira referencia ao Quilombo remontam a 1580, foi formado por escravos fugitivos de engenhos das capitanias de Pernambuco e da Bahia: iniciava-se o período denominado, no Brasil, como união ibérica.
Em fins do século XVI, o Quilombo ocupava uma área coberta de palmeiras, que se estendia do cabo de Santo Agostinho ao rio São Francisco. Um século mais tarde, esse território encontrava-se reduzido a uma região que ia de Serinhaém em Pernambuco, Porto Calvo e São Francisco, a atual Penedo, hoje estado do Alagoas.
À época das invasões holandesas no Brasil (1624-1654), com a perturbação causada nas rotinas dos engenhos de açúcar, registrou-se um crescimento da população em Palmares, que passou a formar diversos núcleos de povoamento, verdadeiras cidades que chamavam Mocambos.
Embora não se possam precisar os números de habitantes em Palmares, historiadores estimam que, em 1670, alcançou cerca de vinte mil pessoas.
Essa população sobrevivia graças à caça, pesca, à coleta de frutas (manga, jaca, abacate e outras) e à agricultura (feijão, milho, mandioca, banana, laranja e cana-de-açúcar). Complementarmente, praticava o artesanato: (cestas, tecidos, cerâmica) e ainda a metalurgia. Os excedentes eram comercializados com as populações vizinhas, de tal forma que colonos chegavam a alugar terras para plantio e a trocar alimentos por munições com os quilombolas.
A organização política do Quilombo, era monárquica e centralizada, apesar de que em cada Mocambo havia um líder e estes se reuniam com o poder central para as decisões Alguns supõem que se constituiu ali um verdadeiro estado, nos moldes dos reinos africanos. Outros apontam para a possibilidade de uma descentralização do poder entre os diferentes grupos, pertencentes às etnias que formavam os núcleos de Quilombos, eram delegado poderes a lideranças militares conforme o seu prestigio. As mais famosas lideranças foram Ganga Zumba e seu sobrinho, Zumbi. Apesar disso, alguma forma de trabalho compulsório também foi praticada dentro do quilombo, onde indígenas foram utilizados como escravos nas plantações.
Com a expulsão dos holandeses do nordeste do Brasil, acentuou-se a carência de mão-de-obra para a retomada de produção dos engenhos de açúcar da região. Dado o elevado preço dos escravos africanos. A coroa portuguesa intensificou os ataques a Palmares, visando a recaptura de seus integrantes.
A prosperidade de Palmares, por outro lado, atraia atenção e receio do governo colonial, que se sentiu obrigado a tomar providencias para afirmar o seu poder sobre a região. Em carta à coroa portuguesa, um governador-geral reportou que os quilombos eram mais difíceis de vencer do que os holandeses (neerlandeses).
Foram necessárias, entretanto, cerca de dezoito expedições, organizadas desde o período de dominação holandesa, para erradicar definitivamente o Quilombos de Palmares.
No ultimo quarto do século XVII (1677), Fernão Carrilho ofereceu a Ganga Zumba, por seus termos, a liberdade aos nascidos no quilombo, assim como terras inférteis na região de Cacau. Grande parte dos quilombolas rejeitou os termos desse acordo, nitidamente desfavoráveis ai deu-se a grande cisão em Palmares na disputa então surgida, Ganga Zumba foi envenenado, subindo ao poder o seu irmão, Ganga Zona, também aliado dos portugueses. O acordo foi desse modo, rompido, tendo os dissidentes se restabelecido em Palmares, agora sob a liderança de Zumbi.
No primeiro momento, Zumbi substituiu a estratégia de defesa passiva por um tipo de estratégia de guerrilha, com a pratica de ataques de surpresa a engenhos, libertando escravos e apoderando-se de armas, munições e suprimentos, empregando-os em novos ataques, isso provocou a ira da coroa em grandes transtornos financeiros.
Após varias investidas relativamente infrutíferas contra Palmares, o governador e capitão geral da capitania de Pernambuco , Caetano de Melo e Castro , contratou o bandeirante domingos Jorge Velho e o capitão-mor Bernardo Vieira de Melo com o propósito de exterminar Palmares..
O Quilombo passou a ser atacado pelas forças dos bandeirantes e, mesmo experientes na guerra de extermino, tiveram grandes dificuldades em vencer as táticas dos quilombolas, mais elaboradas que dos indígenas com quem haviam tido contato. Adicionalmente, tiveram problemas para contornar a inimizade surgida com os colonos da região, vitimas de saques dos bandeirantes em diversas ocasiões.
Em janeiro de 1694, após um ataque frustrado, as forças do bandeirante iniciaram uma empreitada vitoriosa, com um contingente de seis mil homens, bem armados e municiados, inclusive com artilharia. Foi ai a queda de Palmares naqueles dias de uma guerra sangrenta. Um quilombola, Antonio Soares foi capturado e, mediante a promessa de domingos Jorge Velho de que seria libertado, em troca da revelação do esconderijo do líder. A busca ao grande líder durou quase um ano, descobriram o esconderijo de Zumbi, que foi encurralado e morto em uma emboscada, a 20 de novembro de 1695.
A cabeça de Zumbi foi cortada e conduzida para Recife, onde foi exposta em praça publica, no alto de um mastro, E sem a liderança militar de Zumbi, por volta do ano de 1710, o Quilombo de Palmares desfez-se por completo.
Os sobreviventes do quilombo afirmavam que zumbi havia virado um inseto e que , quando ocorria uma injustiça , ele voltava para fazer justiça sua alma vagaria por este imenso Brasil, formando mais Quilombos até que a liberdade total chegasse.

Pesquisa e Redação final: Fernando Ribeiro
Junho 2008.

Perfil da Escola


Esse blog tem o intuito de mostrar a Comunidade Jundiaiense e Região o Grêmio Cultural Escola de Samba Caprichosos de Jundiaí, sua história, seus enredos, eventos e qualquer outra atividade que a Escola possa estar desenvolvendo durante o ano.